segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

O Jesus é nosso!

Agora que começa a assentar o buliço da época festiva, toca de arrumar a tralha porque o novo ano já aí está. A tralha e as ideias que só agora clareiam depois de dias e dias de sucessivas intoxicações...
Mas vamos ao que interessa e sem mais delongas. Tenho andado a debater-me com um assunto, que não é privado e que decerto também já vos assolou. Falo do presépio!
Vi alguns. Caseiros, de rua, sofisticados, urbanos, diferentes, pobres, xiques, enfim vários. Mas não é esta diversidade que me coça o cerebelo. O que me anda a preocupar é a real origem do bebé, do Jesus!
Senão, visualizem comigo, ou materializem se vos der mais jeito, ele é pastores com as respectivas ovelhas, reis Magos e os ditos camelos, a gruta com a inseparável vaca e o burrito, até aqui mais ou menos, mas, lavadeiras com sete sais, sim contem e verão, serradores de lenha com uma serra de dois homens, o moleiro no seu moinho, e asseguro-vos que as mós são de Porto-Mós, a senhora dos ovos, com galinha e tudo, e depois há um sem número de outros figurantes, o padeiro, o lavrador, o senhor das terras, a noiva, a peixeira, o pescador, isto, isto meus senhores, é sem sombra de dúvida o nosso querido Portugal!
Mas se dúvidas restassem bastava olhar para as casas, temos da Beira Baixa, Alto Minho, Douro Vinhateiro, Baixo Alentejo, e por aí fora num Portugal rico de cores e sabedoria!
Portanto dizer “ E tu Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum o menor dentre os principais lugares de Judá. Porque é de ti que há de sair o Chefe, que há de pastorear o meu povo, Israel” é um dos maiores erros históricos da actualidade, eu acho!Consta, dizem por aí, que a tudo isto se deve a alma fadista do nosso Povo, tiraram-nos o menino, mas não nos tiram o Fado!

3 comentários:

F Geria disse...

Pois é...
Filho de José e de Maria, a história está cheia de factos plagiados...
e é natural que isso aconteça, há até quem diga que "não temos nada... mas temos quase tudo", mas isto é outra historia, bem, mas os Portugueses ficam-se sempre pelo quase tudo e contentam-se com isso, acham porem que poderia até poderia ser pior... é a tal fatalidade do fado...
Vejam bem, que necessitamos de alguém para dizer que somos bons, e foi o frenesim, do hastear a bandeiras… “temos que ser fãs”, isto dito em Português Brasileiro, senão não tem qualquer efeito… o menino será sempre nosso…

Bárbara Quaresma disse...

Eu acho que o povo português não se contenta assim com tão pouco... O problema é que, com toda a história que se criou à volta da Casa Pia, o que pensariam de nós se ainda fôssemos reivindicar o menino...

Anónimo disse...

Tens toda a razão Bárbara. Criaram um raio de uma história à volta da Casa Pia. Moleques do demo que andaram a inventar coisas dos senhores, o raça dos maganos! COncerteza que os senhores não têm nada a ver com aquela xoldra...
Quanto ao menimo, o Menino com M grande, esse é de veras nosso! MENINO, MENINO, MENINO!