sábado, 26 de julho de 2008

Politica Ferrari

Chega-se à politica Ferrari depois de uma discussão tipo “Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha?”.

No seio dos pequenos e médios empresários, e micros, existe a tentação irresistível para o enriquecimento rápido, ou então, se quisermos ser um pouco mais “polite” , para a obtenção de elevadas mais valias no mais curto espaço de tempo possível.

Maior lucro implicará portanto que a diferença entre custos e proveitos se maximize. Como? Simples: aumentar a parcela dos proveitos, diminuir a parcela dos custos. Até aqui todos estão de acordo, daqui para a frente é cada um por si.

Subir a parcela dos proveitos: maximizar eficiência, aumentar a produtividade à custa de entradas positivas onde, com grande importância, cabe também o aumento da motivação dos colaboradores, aumento esse que passará pelo aumento das suas condições de trabalho, aumento da sua participação nos resultados líquidos, aumento da sua parcela variável na remuneração, ou seja, aumento, sim, da sua condição remuneratória. Mas então isso não faz aumentar a parcela dos custos? Sim, claro que sim, mas aqui é que entra a inteligência do gestor. Aquele que souber tirar do amento da motivação do colaborador maior produtividade, está a criar verdadeira riqueza para si, para o colaborador, para a sociedade em que se insere.

Descer a parcela dos gastos: simples, descer salários, espremer até ao tutano todos os direitos dos colaboradores, pagar o mínimo possível, sacar até mais não. Esta é a politica Ferrari. A politica dos empresários que contratam miúdos e lhes pagam quase nada, que tiram partidos de tudo quanto são regras mesquinhas para obter subsídios de 1º emprego, etc., e depois juntam proveitos para passearem a sua esplendorosa arrogância e ignorância social ao volante de um Ferrari.

“Esta malta não vale nada, são uns sornas” argumentam eles. Não valem nem valerão, enquanto for assim subvalorizada por energúmenos como aquelas que dominam a indústria do vale tudo, do Calçado, do Norte e outros que tais…

É preciso inverter este ciclo vicioso, respeitar e valorizar as pessoas, motivá-las, envolvê-las nos resultados, bons e maus, fazê-las crescer crescendo com elas.

Por mim gosto muito de Ferraris mas quando me desloco para o Norte deste nosso rectângulo deixo de lhe achar tanta piada. Não sei porquê…

1 comentário:

F Geria disse...

Excluindo os empresários alguns bons empresários... esta politica tem sido seguida ao logo dos anos... e fuga ao fisco?... Uiiii!...